Sagrado Coração de Jesus.

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domingo, 15 de janeiro de 2012

Campanha da Fraternidade 2012



Desde 1964,cada ano,durante a Quaresma,a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil apresenta a Campanha da Fraternidade. Durante esses 48 anos podemos dividir as CFs em três fases. Na primeira fase (1964 – 1972) houve uma busca da renovação interna da Igreja. Na segunda fase (1973 – 1984) a Igreja Católica preocupou-se com a realidade social do povo,denunciando o pecado social e promovendo a justiça. Na terceira fase (1985 – 2012) a Igreja voltou-se para situações existenciais do povo brasileiro. Normalmente não sabemos os nomes dos autores das Campanhas da Fraternidade,mas devido a importância do tema para 2012 o Texto-base apresenta os onze nomes dos componentes do Grupo de Trabalho que elaborou a CF de 2012. Cada Campanha da Fraternidade tem um Tema e um Lema.
A Campanha para o ano 2012 tem como
Tema:“A Fraternidade e a Saúde Pública” e como
Lema:“Que a saúde se difunda sobre a terra” (cf. Eclo 38,8)


O Objetivo Geral da Campanha da Fraternidade de 2012 é:“Refletir sobre a realidade da saúde no Brasil em vista de uma vida saudável,suscitando o espírito fraterno e comunitário das pessoas na atenção dos enfermos e mobilizar por melhoria no sistema público de saúde” (p. 12 do Texto-Base). Além do objetivo geral a Campanha da Fraternidade para 2012 apresenta seis objetivos específicos. Estes são:“a) Disseminar o conceito de bem vier e sensibilizar para a prática de hábitos de vida saudável;b) Sensibilizar as pessoas para o serviço aos enfermos,o suprimento de suas necessidades e a integração na comunidade;c) Alertar para a importância da organização da pastoral da Saúde nas comunidades:criar onde não existe,fortalecer onde está incipiente e dinamizá-la onde ela já existe;d) Difundir dados sobre a realidade da saúde no Brasil e seus desafios,como sua estreita relação com os aspectos sócio-culturais de nossa sociedade;e) despertar nas comunidades a discussão sobre a realidade da saúde pública,visando à defesa do SUS e a reivindicação do seu justo financiamento;e f) Qualificar a comunidade para acompanhar as ações da gestão pública e exigir a aplicação dos recursos públicos com transparência,especialmente na saúde” (cf. p. 12 do Texto-Base da CF).

O texto base é dividido em três partes e uma conclusão olhando para o futuro. A primeira parte é titulada “Fraternidade e a Saúde Pública” e oferece um panorama atual da Saúde no Brasil. A primeira parte do Texto-Base afirma que os temas da saúde e da doença exigem uma abordagem ampla e sugere a proposta apresentada pelo “Guia para a Pastoral da Saúde”,elaborada pela Conferência Episcopal Latino-Americano (CELAM). O GPS depois de dizer que a saúde é afirmação da vida e um direito fundamental que os Estados são obrigados a garantir,o referido documento define saúde assim:“Saúde é um processo harmonioso de bem-estar físico,psíquico,social e espiritual,e não apenas a ausência de doença,processo que capacita o ser humano a cumprir a missão que Deus lhe destinou,de acordo com a etapa e a condição de vida em que se encontre” (cf. p.15 do Texto-Base e Guia para a Pastoral da Saúde na América Latina e no Caribe,CELAM,Centro Universitário São Camilo,São Paulo,2010,ns 6-7). A primeira parte do Texto-Base também nos brinde com algumas tabelas e quadros interessantes mostrando:o melhoramento da taxa de mortalidade infantil nos últimos anos,o crescimento da população idosa,percentual de partos cesáreos,dados sobre obesidade,hipertensão arterial que atinge 44.7 milhões de pessoas,estimativas para várias formas de câncer e a evolução da freqüência de consumo abusivo de bebida alcoólico etc. (cf. Texto-Base:ps. 21,23,24,31,33,35 e 43).

A segunda parte é titulada “Que a Saúde se Difunda Sobre a Terra”. Aborda doença no Antigo e Novo Testamento. Aborda Jesus curando os doentes. Diz o Evangelho:“Jesus percorria toda a Galileia,ensinando nas sinagogas deles,anunciando a Boa Nova do Reino e curando toda espécie de doença e enfermidade do povo” (cf. Mt 4,23). O Texto apresenta a parábola do bom samaritano como paradigma de cuidado. Trata também do “ horizonte humano e teológico do sofrimento” e os enfermos no seio da Igreja. Há também uma referência a Unção dos Enfermos,o sacramento da cura.

A terceira parte ofereça “Indicações para a Ação Transformadora no Mundo da Saúde”. Analisa a atual Pastoral da Saúde da Igreja e o papel dos agentes da mesma. Uma área importante encontrada na terceira parte do texto aborda a dignidade de viver e morrer. Trata com clareza de problemas como:eutanásia,distanásia e ortotanásia. Cite o Código de Ética Médica de 17 de setembro de 2009 e o pronunciamento do Santo Padre Bento XVl sobre estes assuntos. Além das propostas de ação da Igreja Católica na área de saúde,esta parte ofereça também “Propostas Gerais para SUS”.


A Conclusão mostra como,ao longo dos últimos anos,houve mudança no conceito de saúde:de ‘caridade’ para ‘direito’,e lamenta que esse direito está sendo “transformado em negócio” num mercado sem coração. Afirma também que no âmbito da saúde,faz-se necessário aprofundar e colocar em prática a chamada “bioética dos 4 Ps”:Promoção da saúde,Prevenção de doenças;Proteção das vulneráveis presas fáceis de manipulação e Precaução frente ao desenvolvimento biotecnológico. O texto base termina com três anexos importantes:(1) A relevante trecho da Constituição Federal:a saúde como direito de todos e dever do Estado;(2) O Serviço de preparação e animação da Campanha da Fraternidade;e (3) O Gesto Concreto de fraternidade,partilha e solidariedade feito em âmbito nacional. O Texto-Base termina com uma rica bibliografia.

“Boa-nova para novos tempos”


“Boa-nova para novos tempos”: o Evangelho de Jesus, o Evangelho de sempre, para os novos tempos que vivemos, com seus desafios e urgências na vida e ação da Igreja.

Sempre Boa nova é o Evangelho de Jesus Cristo, sua presença viva e atuante na humanidade através da existência e ação da Igreja. É o Senhor conosco todos os dias até o fim dos tempos.
Tudo isto revivemos no Natal apenas celebrado. Tudo isto esperamos realizar com nova graça com o Ano Novo 2012, que estamos iniciando. Tudo é graça divina, que abre o futuro como realização plena do projeto amoroso criador e redentor de Deus. O tempo não é a rotina cíclica de fatos que se repetem numa mesma peça encenada cada vez de novo por novos personagens. O tempo é graça de uma realização cada vez mais plena rumo ao destino último da humanidade: vida plena na comunhão de Deus.

Por isso o novo Plano de Pastoral da Arquidiocese de Fortaleza, rumo ao centenário de sua existência a ser celebrado no ano 2015, quer com toda a Igreja: “Evangelizar a partir de Jesus Cristo e na força do Espírito Santo, como Igreja discípula, missionária e profética, alimentada pela Palavra de Deus e pela Eucaristia, à luz da evangélica opção preferencial pelos pobres, para que todos tenham vida, rumo ao Reino definitivo.”

E assim responder a uma Igreja que se torna permanentemente missionária, expressando a comunhão de todas as suas comunidades, Igreja casa de iniciação da vida cristã, no seguimento de Jesus e vivência de Sua Palavra, a serviço da plena vida para todos.

Assim o que nos espera é novo tempo de nova evangelização: no ardor, nos métodos, nas expressões.

Se já somos uma grande parcela católica da Igreja no Ceará, boa nova será nos tornarmos realmente aquilo que dizermos ser: cristãos católicos. Cristãos: outros Cristo pela vida e pela missão. Católicos: realmente em comunhão universal na única família de Deus, fazendo com que aconteça a unidade em Cristo num único Povo. Quanta alegria e verdadeira vida temos a testemunhar e transmitir, servindo no amor de Deus a vida plena que recebemos em Cristo!

Assim, estaremos nos anos que temos pela frente, renovando nossa vida e missão de Igreja para celebrarmos o centenário do dom de Deus nesta Arquidiocese com muitos frutos de santidade – testemunho da ação da graça de Deus em nós: na Fé (Ano da Fé proclamado pelo Papa Bento XVI – 2012-2013); Ano da Esperança (2013-2014); Ano da Caridade (2014-2015). E a programação feliz do Ano Jubilar – 100 anos da Arquidiocese de Fortaleza (2015), “Boa Nova em novos tempos”.

+ José Antonio Aparecido Tosi Marques

Arcebispo Metropolitano de Fortaleza


Fonte:http://www.arquidiocesedefortaleza.org.br/

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

6 de janeiro - Dia dos Santos Reis ou Dia dos Reis Magos



Os povos latinos revivem anualmente as tradições do Natal, decorando árvores, dando presentes, assistindo à Missa do Galo e adorando os Reis Magos, presentes na singeleza do presépio - Uma representação do Natal -, criado por são Francisco de Assis, no século XIII.

Os apócrifos - obras dos séculos II e III da era cristã que preenchem lacunas sobre a vida de Jesus e de outros personagens importantes do Novo Testamento - revelam detalhes da cena em que os Reis Magos (ou sábios) estão diante do Menino Jesus.

Conta a história que um anjo teria revelado a Melquior, rei da Péria, Baltazar, rei da Índia e Gaspar rei de um país árabe, que havia a relação entre a estrela-guia e o Messias, chamado Jesus. Após o aviso do anjo, os três viajaram, por nove meses, até Belém.

Dar presentes era um costume oriental; assim, os Reis Magos ofereceram ao recém-nascido Jesus: ouro, incenso e mirra. O incenso simbolizava a sua essência divina; o ouro, a sua realeza; a mirra, a sua essência humana. Ademais, esses presentes expressavam as idades do ser humano: a juventude e a fecundidade do trabalhador; a maturidade e a firmeza do guerreiro; a experiência e a sabedoria do sacerdote.

Os Reis Magos ouviram um anjo, em sonho, aconselhá-los a que retornassem a suas nações, de tal maneira que excluíssem Jerusalém e Jericó de suas rotas, caso contrário, o Menino Jesus poderia ser morto pelo rei Herodes. Novamente, uma estrela os guiou; esse caminho pode ter sido pelo rio Jordão ou por Berseba, atualmente roteiro para Meca, no território de Moab e do mar Morto. Dizem que, depois do retorno, os Reis Magos foram batizados por são Tomás e trabalharam para a propagação da fé em Cristo.

No século IV, as Igrejas do Oriente celebravam, em 6 de janeiro, a festa do nascimento de Cristo e a Adoração dos Reis Magos; nas Igrejas do Ocidente, o nascimento era celebrado em 25 de dezembro. Posteriormente, ambas as Igrejas passaram a celebrar as duas datas: em 25 de dezembro, a Natividade, e em 6 de janeiro, o Dia dos Reis Magos




Fonte: www.paulinas.org.br

Pense nisso!


Certa vez, um homem caminhava pela praia, em uma noite enluarada ... Ele pensava dessa forma:

- Se eu tivesse um carro novo, seria um homem feliz, ou, se tivesse uma casa própria, seria feliz; certamente seria feliz se também tivesse um excelente trabalho; ou talvez minha felicidade só venha quando eu encontrar uma parceira ideal...

De repente, aquele homem tropeçou em uma sacolinha cheia de predras, abaixou-se e apanhou-a. Daí pra frente, começou a jogar as pedrinhas, uma por uma, ao mar... Atirava-as, e à cada arremesso dizia:

- Seria feliz se eu tivesse isso... ou isso... ou aquilo...

Assim procedeu até que ficou com a sacola vazia e com uma última pedrinha na mão... Antes de atirá-la nas ondas, trouxe-a mais próximo do rosto para se concentrar e então poder dizer pela última vez “Se eu tivesse isso...” Foi ai que notou que aquela pedra tinha um brilho muito especial... Observou-a mais atentamente e descobriu que se tratava de um diamante muito valioso.

Você imagina quantos diamantes ele jogou ao mar sem ter parado para fazer uma auto avaliação? Assim são as pessoas... Jogam fora seus preciosos tesouros por se iludirem acreditando que o bom, perfeito e aprazível é aquilo que elas ainda não possuem, e que por desejarem muito essas coisas, essas pessoas não dão valor àquilo que de fato são delas, ou àquilo que está bem perto delas.


Fonte:http://www.transfiguracaodejesus.blogspot.com/

Homilia de Bento XVI / Solenidade Maria Mãe de Deus 01/01/12

Homilia
Santa Missa na Solenidade de Maria Mãe de Deus Dia Mundial da Paz
Basílica de São Pedro - Vaticano



No primeiro dia do ano, a liturgia faz ressoar em toda a Igreja espalhada pelo mundo, uma antiga benção sacerdotal, que escutamos na primeira leitura. “O Senhor te abençoe e te guarde. O Senhor faça resplandecer para ti a sua face e te dê a graça. O Senhor volte para ti o seu rosto e te conceda a paz” (Nm 6, 24-26). Essa benção foi confiada por Deus através de Moisés, a Araão e aos seus filhos, isto é, aos sacerdotes do povo de Israel. È um triplice desejo pleno de paz, que promana da repetição do nome de Deus, do Senhor e da imagem do seu rosto. De fato, para sermos abençoados precisamos estar na presença de Deus, receber sobre nós o seu Nome e permanecer no raio de luz que parte do seu rosto, no espaço iluminado pelo seu olhar, que difunde graça e paz.

Essa é a experiência feita pelos pastores de Belém, que aparecem ainda no Evangelho de hoje. Eles fizeram a experiência de estar na presença de Deus e da sua benção, não na sala de um majestoso palácio, na presença de um grande soberano, mas sim em um estábulo, diante de um menino colocado em uma manjedoura. Exatamente daquele Menino irradia uma nova luz, que resplandece no escuro da noite, como podemos ver em tantas pinturas que reproduzem a natividade de Cristo. É dEle que vem a benção: do seu nome – Jesus, que significa 'Deus Salva' - e do seu rosto humano, no qual Deus, o Onipotente Senhor do céu e da terra quis encarnar-se, esconder a sua glória sob o véu da nossa carne, para revelar-nos plenamente a sua bondade

A primeira a ser preenchida por essa benção foi Maria, a Virgem, esposa de José, que Deus escolheu desde o primeiro instante da sua existência para ser a mãe do seu Filho feito homem. Ela é a bendita entre as mulheres (Lc 1,42) – como a saúda Santa isabel. Toda a sua vida está na luz do Senhor, no raio da ação do nome e do rosto de Deus encarnado em Jesus, o fruto bendito do seu ventre. Assim a apresenta o Evangelho de Lucas: toda disposta a guardar e meditar no seu coração todas as coisas referentes ao seu filho Jesus (cfr Lc 2, 19.51). O mistério da sua divina maternidade, que hoje celebramos, contém em medida superabundante aquele dom da graça que toda maternidade humana traz em si, tanto que a fecundidade do ventre sempre foi associada à benção de Deus. A Mãe de Deus é a primeira abençoada e é Ela que traz a benção, é a mulher que acolheu Jesus em si e o deu à luz para toda a a família humana. Como reza a Liturgia: “sempre intacta na sua glória virginal, irradiou sobre o mundo a luz eterna, Jesus Cristo nosso Senhor” (Prefácio da Beata Virgem maria 1)

Maria é mãe e modelo da Igreja, que acolhe na fé a divina Palavra e se oferece a Deus como “terra boa” na qual Ele pode continuar a cumprir o seu mistério de salvação. Também a Igreja participa ao mistério da divina maternidade mediante a pregação, que espalha no mundo a semente do Evangelho e mediante os Sacramentos que comunicam aos homem a graça e a vida divina. Em particular no sacramento do Batismo, a Igreja vive essa maternidade, quando gera os filhos de Deus da água e do Espírito Santo, o qual em cada um exclama: “Abbá! Pai! (Gal 4,6). Como Maria, a Igreja é mediadora da benção de Deus para o mundo: a recebe acolhendo Jesus e a transmite levando Jesus. É Ele a misericórdia e a paz que o mundo por si não pode dar-se e da qual tem necessidade sempre, como ou mais que o pão.

Caros amigos, a paz, no seu sentido pleno e mais alto é a soma e a síntese de todas as bençãos. Por isto, quando duas pessoas amigas se encontram, se saúdam desejando reciprocamente a paz. Também a Igreja, no primeiro dia do ano invoca de modo especial esse bem supremo e o faz, como a Virgem Maria, mostrando a todos Jesus, porque como afirma o apóstolo Paulo, “Ele é a nossa paz” (Ef 2, 14) e ao mesmo tempo é a via através da qual os homens e os povos podem alcançar essa meta, a qual todos aspiramos. Levando, portanto, no coração este profundo desejo, tenho o prazer de acolher e saudar todos vocês, que no dia em que se celebra a XLV Jornada Mundial da Paz vieram à Basílica de São Pedro: os Senhor Cardeais, os embaixadores de tantos países amigos, que mais que nunca nesta ocasião, partilham comigo e com a Santa Sé a vontade de renovar o empenho pela promoção da paz no mundo; O presidente do Pontifício Conselho da Justiça e da Paz, que com o secretário e os colaboradores trabalham em modo especial por esta finalidade; os outros prelados e autoridades presentes; os representantes de Associações e Movimentos eclesiais e todos vós, irmãos e irmãs, em particular aqueles que entre vós trabalham no campo da educação dos jovens. De fato – como sabeis – a prospectiva educativa é aquela que enfatizei na minha mensagem deste ano.

“Educar os jovens à justiça e à paz” é objetivo que compreende todas as gerações, e graças a Deus, a família humana, depois das tragédias das duas grandes guerras mundiais, mostrou-se cada vez mais consciente, como atestam, de uma parte, declarações de iniciativas internacionais, e de outra, a afirmação dos próprios jovens, nas últimas décadas, de tantas e diversas formas de empenho social neste campo. Para a comunidade eclesial educar à paz faz parte da missão recebida de Cristo, faz parte integrante da evangelização porque o Evangelho de Cristo também é Evangelho de Justiça e Paz. Mas a Igreja, nos últimos tempos, se fez intérprete de uma exigência que envolve todas as consciências mais sensíveis e responsáveis pelo futuro da humanidade: a exigência de responder a um desafio decisivo que é o desafio educativo. Por que “desafio”? Pelo menos por dois motivos: em primeiro lugar, porque na era atual, fortemente caracterizada pela mentalidade tecnológica, querer educar e não somente instruir é uma escolha; em segundo lugar, porque a cultura relativista coloca uma questão radical: tem sentido ainda educar? Educar para quê?

Naturalmente não podemos ir de encontro a essas questões a fundo, as quais procurei responder em outras ocasiões. Gostaria ao invés disso, destacar que, diante das sombras que hoje obscuram o horizonte no mundo, assumir a responsabilidade de educar os jovens à consciência da verdade, aos valores fundamentais da existência, às virtudes intelectuais, teologais e morais, significa olhar para a futuro com esperança. Nesse empenho por uma educação integral, entra também a formação à justiça e à paz. Os rapazes e moças de hoje crescem em um mundo que se tornou, por assim dizer, mais pequeno, onde os contatos entre as diferentes culturas e tradições, mesmo que muitas vezes não de forma direta, são constantes. Para eles, hoje, mais que nunca, é indispensável aprender o valor e o método da convivência pacífica, do respeito recíproco, do diálogo e da compreensão. Os jovens são por natureza abertos a essas atitudes, mas exatamente a realidade social na qual crescem podem levá-los a pensar e a agir em modo oposto, de modo intolerante e violento.

Somente uma sólida educação da consciência deles pode coloca-los à parte desses riscos e torná-los capazes de lutar sempre e contando somente com a força da verdade e do bem. Essa educação parte da família e se desenvolve na escola e nas outras experiências formativas. Se trata essencialmente de ajudar as crianças, os jovens, os adolescentes, a desenvolver uma personalidade que una um profundo sentido de justiça com o respeito do outro, com a capacidade de enfrentar os conflitos sem prepotência, com a força interior de testemunhar o bem também quando custa sacrifício, com o perdão e a reconciliação. Assim poderão tornar homens e mulheres verdadeiramente pacíficos e construtores da paz.

Nesta obra educativa voltada para as novas gerações, uma responsabilidade particular cabe também às comunidades religiosas. Todo itinerário de autêntica formação religiosa acompanha a pessoa, desde os primeiros anos de idade, a conhecer Deus, a amar e a fazer a sua vontade. Deus é amor, é justo e pacífico, e quem quer honrá-lo deve antes de mais nada comportar-se como um filho que segue o exemplo do Pai. Um Salmo afirma: “O Senhor cumpre coisas justas, defende os direitos de todos os oprimidos...Misericordioso e piedoso é o Senhor, lento para a ira e grande no amor” (Sal 103, 6.8). Em Deus justiça e misericórdia convivem perfeitamente, como Jesus nos demonstrou com o testemunho da sua vida. Em Jesus 'amor e verdade' se encontraram, 'justiça e paz' se uniram (cfr Sal 85, 12.13). Deus nos falou no seu Filho Jesus. Escutamos o que diz Deus: 'Ele anuncia a paz' (Sal 85,9). Jesus é uma via praticável, aberta a todos. É a via da paz. Hoje a Virgem Maria nos indica isso, nos mostra a Via: a sigamos! E vós, santa Mãe de Deus, acompanha-nos com a vossa proteção. Amém.

BENEDICTUS XVI.

Fonte: Basílica de São Pedro - Vaticano