Sagrado Coração de Jesus.

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terça-feira, 23 de março de 2010

MINHA SEMANA PARA JESUS.



«Nem Eu te condeno. Vai e não tornes a pecar.»
No Domingo de Ramos a Igreja convida os cristãos a meditar a Paixão do Senhor. Este ano, somos guiados pelo evangelista São Lucas que na sua narração demonstra nutrir uma grande veneração e admiração pelo seu Senhor. Tal veneração manifesta-se no facto de que o evangelista evita descrever os detalhes cruéis ou humilhantes da Paixão: ele não usa o termo "flagelar", não fala da "coroação de espinhos". Ao mesmo tempo Lucas revela uma grande admiração por Jesus, que é o modelo do justo sofredor, d'Aquele que com tanta docilidade à vontade de Deus aceita todos os sofrimentos e ajuda outras pessoas a converterem-se e a encontrar a união com Deus. Uma divisão do texto por partes pode facilitar a nossa reflexão: Lc 22, 7-38: Última Ceia; Lc 22, 39-46: a oração de Jesus no jardim da oliveiras; Lc 22, 47-71: prisão e processo hebraico; Lc 23, 1-25: o processo civil diante de Pilatos e Herodes; Lc 23, 26-49: condenação, crucificação a morte; Lc 23, 50-56: os acontecimentos sucessivos à morte. Para cada dia desta semana foi escolhido um trecho das partes assinaladas. Procura viver intensamente esta Semana Santa.
Evangelho Lc 22, 14 - 23, 56

SEGUNDA-FEIRA (ÚLTIMA CEIA)

Palavra
Jesus sentou-Se à mesa com os seus Apóstolos e disse-lhes: «Tenho desejado ardentemente comer convosco esta Páscoa, antes de padecer; (...) tomou o pão e, dando graças, partiu-o e deu-lho, dizendo: «Isto é o meu corpo entregue por vós. Fazei isto em memória de Mim». No fim da ceia, fez o mesmo com o cálice, dizendo: «Este cálice é a nova aliança no meu Sangue, derramado por vós».
Depois da oração de acção de graças (em grego eucaristia), Jesus realiza um conjunto de gestos simbólicos substituindo os elementos da antiga páscoa (judaica) pelo seu próprio "corpo" e o seu "sangue". A narração da instituição da Eucaristia tem um claro carácter sacrificial: Jesus não oferece coisas, mas oferece-se a si mesmo.
Meditação
Toda a narração da Paixão é iluminada por este primeiro episódio. O desejo intenso de Jesus indica a particularidade desta (última) ceia. Ele está plenamente consciente de que se aproxima o momento culminante da sua existência. Com os seus gestos e as suas palavras Jesus transformou aquelas circunstâncias trágicas e injustas no dom de si e na fundação da nova aliança. Dom e Aliança que se renova cada vez em que se celebra a Eucaristia. Talvez seja um bom momento para reflectir: com que "desejo" vivo a Eucaristia? Que sentido tem Jesus eucaristia na minha vida? Que significado teve esta entrega de Jesus “fazei isto em memória de mim”?
Oração
Senhor Jesus, ajuda-me neste dia a ter um coração como o teu: unido à tua entrega (sem limites) na Eucaristia, não me deixes asfixiar nas minhas próprias preocupações egoístas, mas que eu me abra à Tua presença em todos os meus irmãos.
Ação
Recordando as palavras de Jesus "Eu estou no meio de vós como aquele que serve", coloca o "dom" das tuas capacidades ou possibilidades ao serviço de quem mais precisa.

TERÇA-FEIRA (ORAÇÃO DE JESUS NO HORTO DAS OLIVEIRAS)

Palavra
Então saiu e foi, como de costume, para o Monte das Oliveiras e os discípulos acompanharam-n’O. Quando chegou ao local, disse-lhes: «Orai, para não entrardes em tentação». Depois afastou-Se deles cerca de um tiro de pedra e, pondo-Se de joelhos, começou a orar, dizendo: «Pai, se quiseres, afasta de Mim este cálice. Todavia, não se faça a minha vontade, mas a tua». Então apareceu-Lhe um Anjo, vindo do Céu, para O confortar. Entrando em angústia, orava mais instantemente e o suor tornou-se-Lhe como grossas gotas de sangue, que caíam na terra.
Neste episódio emerge com força a natureza humana de Jesus: experimenta medo e o seu corpo, atravessado pela angústia, chega mesmo a suar sangue. Na narração da agonia de Jesus, Lucas insiste sobre a necessidade de orar. O próprio Jesus mostra aos discípulos como se reza "para não entrar em tentação".
Meditação
"Não se faça a minha vontade, mas a tua". Jesus transforma a sua vontade humana e identifica-a com a de Deus. É este o grande acontecimento do Monte das Oliveiras, o percurso que deveria realizar-se fundamentalmente em cada uma das nossas orações: transformar, deixar que a graça transforme a nossa vontade egoísta e a abra para se conformar com a vontade divina. Nos momentos difíceis, sabemos pedir ajuda a Deus, com humildade e fé, para encontrar no seu amor de Pai a força para enfrentar os nossos maiores medos?
Oração
Senhor Jesus, ensina-me a rezar, como Tu rezaste: "Pai!". Que a tua oração se torne a minha oração. Assim, pouco a pouco, o meu pobre coração tornar-se-á semelhante ao teu, e poderei rezar com a confiança de filho: "Pai, não se faça a minha vontade, mas a tua". Senhor, ensina-me a rezar! Senhor, ensina-me a esperar. Senhor, ensina-me a aceitar!
Ação
Consciente da advertência de Jesus: «orai, para não entrardes em tentação», procura envolver outras pessoas na experiência da oração. Podes enviar uma mensagem a um amigo que vive com mais dificuldade este aspecto ou talvez convidar alguém para te acompanhar num dos vários momentos de oração da Semana Santa.

QUARTA-FEIRA (PROCESSO JUDAICO)

Palavra

Ainda Ele estava a falar, quando apareceu uma multidão de gente. (...)Apoderaram-se então de Jesus, levaram-n’O e introduziram-n’O em casa do sumo sacerdote. (...) Ao romper do dia, reuniu-se o conselho dos anciãos do povo, os príncipes dos sacerdotes e os escribas. (...) Disseram todos: «Tu és então o Filho de Deus?» Jesus respondeu-lhes: «Vós mesmos dizeis que Eu sou». Então exclamaram: «Que necessidade temos ainda de testemunhas? Nós próprios o ouvimos da sua boca».
Com as primeiras horas do dia inicia o processo judaico, que na realidade se trata mais de uma espécie de "inquisição" que se concluiu remetendo o caso à corte suprema romana, a única que podei fazer executar as condenações à morte. O Sinédrio centra-se na procura de provas em base às quais poder condenar Jesus. A questão de fundo era se Jesus era o Messias (em grego Cristo)…
Meditação
Jesus respondendo afirmativamente à pergunta: "Tu és então o Filho de Deus?", mostra-se plenamente consciente da própria dignidade divina. Desta forma Jesus "assinou" a própria condenação à morte: é um blasfemo que profana o Nome e a realidade de Javé, porque se declara explicitamente "filho". O seu sofrimento, a sua morte e ressurreição são o testemunho mais eloquente acerca do Pai e do seu desígnio de salvação sobre a humanidade.

Oração
Senhor Jesus, quero agradecer-te a tua coragem pois te reconheceste Filho de Deus. Tu que és o caminho, a verdade e vida, introduz-nos no mistério da intimidade de Deus e ajuda-nos a descobrir a Igreja como uma comunhão de filhos de Deus, "filhos no Filho" e perceber que esse dom da filiação divina é o mais maravilhoso fruto da redenção.
Ação
Vive a tua experiência de filiação divina como uma fonte de alegria. Procura renovar sempre essa certeza no teu coração (sobretudo nos momentos mais difíceis) e procurar relacionar-te com as outras pessoas a partir desta verdade.

QUINTA-FEIRA (PILATOS E HERODES: PROCESSO CIVIL)

Palavra

Levantaram-se todos e levaram Jesus a Pilatos. Começaram a acusá-lo, dizendo: «Encontrámos este homem a sublevar o nosso povo, a impedir que se pagasse o tributo a César e dizendo ser o Messias-Rei». Pilatos perguntou-Lhe: «Tu és o Rei dos judeus?» Jesus respondeu-lhe: «Tu o dizes».
Pilatos disse aos príncipes dos sacerdotes e à multidão: «Não encontro nada de culpável neste homem».
Entramos agora no processo romano. Os chefes dos judeus, que já determinaram que Jesus deve morrer, entregam Jesus ao governador Pilatos e reformulam a sua acusação sobre o pretexto político: Jesus é apresentado como um destabilizador do povo e usurpador do título real de Israel.
Meditação
Pilatos compreendeu desde o início que o tipo de acusação apresentada foi preparada com arte para não lhe deixar outra alternativa: reconhece a inocência de Jesus, mas por motivos de conveniência não quer colocar-se em oposição aos acusadores. Tendo entrado no tribunal como "condenado" Jesus sai agora como "inocente" e encaminha-se para a morte como o "justo (injustamente) perseguido".
Oração
Senhor Jesus, quantas vontades, quantos interesses se uniram para te condenar finalmente à morte. Do desejo de manter o poder e o domínio até as más intenções do coração. E nós, muitas vezes, acabamos por formar parte deste mundo de vontades e interesses que te condenam. Senhor Jesus, perdoa-nos, livra-nos do mal. Mantém-nos sempre fiel à verdade.
Ação
O julgamento de Jesus não foi o último julgamento injusto. Pensa por um momento nas condenações "fáceis" que pronuncias cada dia, e faz o propósito de deixar de julgar os outros.

SEXTA-FEIRA (CRUCIFIXÃO E MORTE)

Palavra

Quando chegaram ao lugar chamado Calvário, crucificaram-no a Ele e aos malfeitores, um à direita e outro à esquerda. Jesus dizia: «Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem». (...) E Jesus exclamou com voz forte: «Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito». Dito isto, expirou.
Estas, segundo S. Lucas, são as últimas palavras de Jesus: palavras de perdão, de amor, de aliança; palavras com as quais resplandece mais uma vez o seu espírito filial. "Pai": as últimas palavras de Jesus recordam a sua primeira frase, pronunciada no templo de Jerusalém aos doze anos: "Não sabíeis que devia estar em casa de meu Pai?". (Lc 2, 49).
Meditação
Jesus é todo aqui, na sua relação com o Pai. Entregando-se ao Pai, anuncia a sua misericórdia e reconduz a casa cada "filho pródigo", que encontra no "bom ladrão" a realização plena. O seu é um arrependimento que não nasce de motivos humanos, de simpatia por Jesus; o "bom ladrão"
converte-se porque, com os olhos da fé, descobre quem é verdadeiramente aquele Jesus que está crucificado ao seu lado.
Oração
Diante de Jesus Crucificado reza como São Francisco de Assis: Ó glorioso Deus altíssimo, ilumina as trevas do meu coração, concede-me uma fé verdadeira, uma esperança firme, e um amor perfeito. Mostra-me, Senhor, o recto sentido e conhecimento, para cumprir a tua santa e verdadeira vontade.
Ação
Organiza os teus afazeres para poder participar hoje na celebração da Paixão do Senhor e de acompanhar Jesus na experiência da Via-sacra.

SÁBADO (DEPOIS DA MORTE)

Palavra
Havia um homem chamado José, da cidade de Arimateia, que era pessoa recta e justa e esperava o reino de Deus. Era membro do Sinédrio, mas não tinha concordado com a decisão e o proceder dos outros. Foi ter com Pilatos e pediu-lhe o corpo de Jesus. E depois de o ter descido da cruz, envolveu-o num lençol e depositou-o num sepulcro escavado na rocha, onde ninguém ainda tinha sido sepultado. Era o dia da Preparação e começavam a aparecer as luzes do sábado.
José de Arimatéia aparece nos quatro Evangelhos, que o mencionam no contexto da Paixão e da morte de Cristo. Homem rico e membro ilustre do Sinédrio, não tinha concordado com o Sinédrio na condenação de Jesus. Agora, nos momentos cruéis da crucificação não teme expor-se e pede a Pilatos o corpo de Jesus.
Meditação
A ação de José de Arimatéia é tanto mais significativa se pensarmos que estava para começar o sábado. Ele devia escolher entre ficar puro e celebrar a páscoa judaica, ou sepultar Jesus e ao contaminar-se no contacto com um cadáver, prescindir de participar no banquete pascal. Ele como o "bom samaritano" não hesitou: escolheu o Crucificado.
Oração
Reza e contempla o Mistério Pascal a partir deste belo hino cristológico transmitido por São Paulo: Cristo Jesus, que era de condição divina,
não Se valeu da sua igualdade com Deus,mas aniquilou-Se a Si próprio.
Assumindo a condição de servo,tornou-Se semelhante aos homens.
Aparecendo como homem, humilhou-Se ainda mais,obedecendo até à morte e morte de cruz. Por isso Deus O exaltoue Lhe deu um nome que está acima de todos os nomes, para que ao nome de Jesus todos se ajoelhem no céu, na terra e nos abismos, e toda a língua proclame que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai. (Filip 2, 6-11)
Ação
Neste sepulcro que acolheu o Corpo de Cristo coloca o teu desalento e os teus problemas, na esperança da vida nova que brota da Ressurreição de Cristo.


Pe. Sílvio Faria, sdb


Fonte:http://www.abcdacatequese.com