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segunda-feira, 1 de novembro de 2010

O Dia de Finados não se comemora a morte, mas a ressurreição.


A celebração dos fiéis defuntos leva aos cemitérios de todo o mundo uma multidão. Vão os que crêem e, também, os incrédulos, para reverenciar seus mortos e, quem tem fé, por eles rezar. Desde o início da Igreja os cristãos costumavam visitar os túmulos de seus mortos, muitos, mártires da Fé e na mais remota Antigüidade, durante todo o ano, há ofícios fúnebres, missas exéquias e outras simples celebrações religiosas, recordando na prece os que nos antecederam na casa do Pai.

Nós lembramos nossos parentes e amigos falecidos normalmente no dia em que foram chamados para o céu. Porém, há uma outra data, a de 2 de novembro, que vigora em muitas partes do mundo, independentemente de crença religiosa.

O Dia de Finados teve início na Abadia de Cluny, França, no ano 998. O então abade Santo Odilon, no dia seguinte à Festa de Todos os Santos, 1 de novembro, estabeleceu uma ''Comemoração dos Fiéis Defuntos''. Por ocasião do primeiro milênio desse fato, em 1998, o Papa João Paulo II enviou uma Mensagem, com data de 2 de junho daquele mesmo ano, dirigida ao Bispo de Autun, Châlon e Mâcon, que acumula também o título de Abade de Cluny, em honra desta grande Abadia, assim resumida: ''Orando pelos mortos, a Igreja contempla, antes de tudo, o mistério da Ressurreição de Cristo, que nos obtém a vida eterna''. A partir dessa Abadia, difundiu-se, pouco a pouco, por todo o universo o costume de, nessa data, interceder junto a Deus, solenemente, pelos defuntos ou homenageá-los. Santo Odilon chamou esse evento a ''Festa dos Mortos''.

Diz o ''Catecismo da Igreja Católica'' (nº 2635): ''Interceder, pedir em favor de outro, desde Abraão, é próprio de um coração que está em consonância com a misericórdia de Deus. No tempo da Igreja, a intercessão cristã participa da de Cristo: é a expressão da comunhão dos santos! São Paulo assim exortava os Filipenses (2,3-5): ''Nada façais por espírito de partido ou vanglória, mas com humildade, considerando os outros superiores a vós mesmos''. O Dia de Finados, a visita aos túmulos de nossos entes queridos, a assistência à Santa Missa, as orações pelos mortos, de maneira particular nossos benfeitores, oferecem-nos a oportunidade de interceder por eles e, ao mesmo tempo, em nossas necessidades, socorrer-nos por intermédio dos amigos que já estão na casa do Pai.

A Comemoração Universal dos Mortos nos adverte contra qualquer forma de reencarnação. A crença católica é clara. Lemos em Hebreus (9,27): ''É um fato que os homens devem morrer uma só vez, depois do que vem o julgamento''. O Concílio Vaticano II, na Constituição Dogmática ''Lumen Gentium'' (nº 48) é categórico: ''Vigiemos constantemente, a fim de que no termo de nossa vida sobre a terra, que é só uma, mereçamos entrar com Ele para o banquete (...) e ser contados entre os eleitos''.

A idéia de existências sucessivas faz parte de algumas religiões orientais, como o hinduismo e o budismo, estando presente também na Grécia. Nos tempos modernos, é defendida em muitos ambientes. A doutrina cristã sobre o assunto é matéria de Fé. A obra divina da salvação dos homens tem valor infinito. Não necessita de repetição da vida humana para alcançar a salvação, oferecida a todos por Cristo, no Calvário. O Concílio (''Gaudium et Spes'', 18) reconhece: ''Diante da morte, o enigma da condição humana atinge o clímax''. O que é impossível compreender pela razão, limitada, torna-se claro à luz da Fé. Cristo, na cruz, venceu a morte. O fim terreno do ser humano se transforma em uma eternidade feliz.

A Constituição Pastoral ''Gaudium et Spes'' é clara: ''Para qualquer homem que reflete, apresentada com argumentos sólidos, a Fé dá resposta à sua angústia sobre a sorte futura'' (idem). Há uma expressão de Santa Teresinha do Menino Jesus de uma extraordinária eloqüência e valor: ''Eu não morro, entro na vida''.

Na sua Mensagem por motivo da Comemoração dos Defuntos, o Papa João Paulo II diz: ''Para as almas do purgatório, a espera da felicidade eterna, do encontro com o Bem-Amado, é fonte de sofrimentos por causa da pena devida ao pecado, que mantém longe de Deus'' (nº 4). A nós que ainda não fomos chamados pelo Pai, resta a certeza de que, terminado o tempo da purificação no purgatório, dar-se-á nosso encontro definitivo com Deus. Além dessa verdade, uma outra deve ser recordada no Dia de Finados: é a possibilidade de ajudar nossos mortos.

Diz o Concílio de Trento (Decreto sobre o Purgatório): ''A Igreja acredita que as almas que estão retidas no purgatório ''são ajudadas pela intercessão dos fiéis e sobretudo pelo sacrifício propiciatório do altar''. O Santo Padre João Paulo II tem, nessa matéria, uma palavra de estímulo: ''Encorajo, pois, os católicos a orarem com fervor pelos defuntos, por aqueles das suas famílias e por todos os nossos irmãos e irmãs que morreram, a fim de obterem a remissão das penas devidas aos seus pecados e ouvirem o apelo do Senhor: ''Vem (...) ao repouso eterno''.

São Paulo (I Tess 4,14): ''Se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também os que morreram em Jesus, Deus há de levá-los em sua companhia''. A certeza da morte é indiscutível. O ser humano se interessa sobre seu futuro após a existência terrena. Essa realidade, à qual ninguém pode fugir, reduz a uma dimensão extraordinariamente curta todos os bens terrenos. Em sua busca, muitos lutam com ardor, deixam de lado os valores eternos, quando somente estes podem trazer a verdadeira felicidade ao coração do homem, ainda aqui na terra.

O silêncio dos sepulcros nos fala de modo eloqüente, da vida agitada, do ruído das festas pecaminosas, do ardor das paixões que ofendem a lei de Deus. Tudo passou tão rápido! A eternidade, porém, jamais termina.
Essas considerações por ocasião de Finados, quando iluminadas pela luz da Fé suscitam em nós algo de fundamental: a esperança, que traz a certeza de que temos um Pai que tudo sabe e tudo pode. Através da realidade da morte, Ele nos fala, convidando-nos a uma vida cristã, consciente e fecunda.

Fonte:http://www.acaojose.com.br