Sagrado Coração de Jesus.

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segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Um coração ferido para amar...


O coração físico de Cristo é considerado símbolo natural do amor divino e humano, espiritual e sensível de Jesus: amor que veneramos, adoramos, revivemos, visto que o termo último deste amor é sempre a pessoa.

O coração físico de Cristo foi ferido: “um dos soldados traspassou-lhe o lado com a lança” (Jo 19,34). O tema do coração ferido toca de perto o tema do coração arrebatado, roubado: “Roubaste meu coração, minha irmã, noiva minha, roubaste meu coração” (Ct 4,9), traduzido também por “feriste meu coração”.

Homens e mulheres de todos os tempos viveram o amor autêntico como “experiência que faz sofrer”. Ferida gostosa, quando o amor é reforçado; ferida cruel, quando o amor não é correspondido ou traído... Em todos os casos é sempre uma ferida...

Jamais poderíamos imaginar que Deus, ao tomar um coração humano, se deixasse ferir em seu coração de carne. Ferida simbólica, é verdade, mas tão real que de seu lado aberto “imediatamente saiu sangue e água” (Jo 10,34). A partir daquela hora ele se apresenta sempre com o coração “ferido de amor”, aberto por nós...

Como retribuir-lhe tamanho amor? Raramente pagamos com amor o imenso amor que Jesus tem para conosco. Muitas vezes até, o fazemos com indiferença e ingratidão... Donde a necessidade da reparação.

O próprio coração de Cristo nos ensina como deve ser o nosso coração. Como torná-lo semelhante ao dele. Jesus revela toda a sua interioridade. Ela é feita de mansidão e humildade: “ Aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração” (Mt 11,29). É feita ainda de adoração, louvor e ação de graças; de dor e tristeza, de alegria e ternura, de bondade e misericórdia, levando Paulo a dizer: “Tende em vós o mesmo sentimento de Cristo Jesus” (Fl 2,5).

Contemplando o Lado aberto do Crucificado, somos convidados a reproduzir em nossa vida os mesmos sentimentos de Cristo. Ele quer ser manso e humilde em nós. Por meio de nós ele quer sentir fome e sede de justiça, exercer sua aflição pelo mal existente no mundo, promover a paz, ser perseguido por causa da justiça. Cabe a nós, portanto, permitir-lhe reproduzir em nós seu amor oblativo, então, “já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim” (Gl 2, 20).
Deixemo-nos ferir por esse amor!


Dom Nelson Westrupp, SCJ
Presidente do Conselho Episcopal Regional Sul 1 - CNBB